Durante a semana o céu chorou. E muito. E todos os dias, um pouquinho por dia, aquele choro incontido. Lágrimas pesadas, que lavam tudo. E depois pára, sem soluçar. Mas, mesmo chorando tanto, o céu ainda ficou incomodado no sábado. E chorou novamente. Mas domingo não.
Domingo, o choro foi da praça. Ou melhor, na praça! Um festival de chorinho, com vários artistas, durante todo o dia. O céu bem que tentou chorar novamente, mas ao ouvir a melodia desistiu, e foi ficando mais aliviado, mais leve. As nuvens foram se dissipando, e até o sol veio ouvir o choro de tantas vozes e instrumentos. A brisa estava suave, sem agressividade.
O clima era de amizade - quase um barzinho, um violão. No caso, uma casa do café, muitos violões, e muito blá, blá, blá, que só amigos se divertindo em uma tarde alegre de domingo conseguem fazer. Era um tempo particular, em meio à correria diária, à preocupação de toda hora. Naquele café, em frente à praça, só importava a conversa, a risada, e o choro.
E à noite, o céu se iluminou e a praça se despediu do choro ao som de "Carinhoso" - quer melhor que isso? As estrelas no céu acompanhando as estrelas do choro, fecharam a noite.
E eu vim pra casa, tranqüila, em paz, e feliz.
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