quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

o que falar?

Hum... estava com vontade de escrever... mas esse não será um texto interessante, pois estou sem inspiração... não tenho um tema na cabeça, nem um assunto interessante, nem uma lembrança de algo que quisesse colocar aqui... na verdade, queria colocar uma poesia que fiz há uns 10 anos, mas preciso procurá-la na minha agenda escolar... Isso me faz lembrar que os anos passam...
Mas vocês nunca me ouvirão dizer que estou ficando velha - adoro comemorar aniversário, mas sem pensar que estou envelhecendo. Não que eu ache uma coisa ruim; pelo contrário, é a coisa mais natural do mundo. E que bom que envelhecemos - sinal que vivemos muitas coisas! Que a vida nos deu a chance de presenciarmos acontecimentos (importantes ou não), de convivermos com muitas pessoas, de aprendermos um pouquinho mais sobre o mundo, sobre os sentimentos, sobre valores...
Voltando ao assunto - que o tempo passa - nunca tive problemas em dizer minha idade, e nunca terei (mesmo porque normalmente as pessoas sempre acham que sou mais nova do que a minha idade registrada em documentos, e tenho que confessar que acho isso o máximo). Tenho 25 anos, e espero viver mais 60 pelo menos! Claro que com saúde e lucidez.
Bateu uma saudade da minha avó paterna e do meu avô materno agora...
Minha avó viajou muito (até pra Disney foi, com mais de 75 anos!), fazia um crochê como ninguém, assistia a todas as novelas e lia todos os jornais! Falava sobre política, sobre cultura, sobre fofoca, tudo! Usava microondas (minha avó materna o usa como guarda-pão, e minha mãe às vezes acha que microondas mais modernos mordem). Ia à excursões com o grupo da terceira idade. Falava "dinoSauro", "ipsilone"(Y). Tingia os cabelos - o eterno cabelo preto, que não ficava branco nunca, nem um fiozinho, nem uma pontinha de raiz! E foi embora, aos 95, por causa de um apendicite!
Já meu avô exagerou na bebida e no cigarro, este último o maior responsável por sua partida... mas sempre me tratou com muito carinho (primeira neta, sabe como é), e lembro dele até hoje, em uma comemoração de Ano Novo, que ele me disse: "daqui uns anos, poderei falar pros meus amigos que tenho uma neta 'dotora' !!" - e falou isso porque eu estava cursando a faculdade. Lembro que meus olhos, assim como os dele, encheram-se de lágrimas, e sorrimos um para o outro. O que representava tanto orgulho para ele, para mim era um caminho natural que eu traçava, de prosseguir com os estudos para ser a profissional que eu queria... Ele lia jornais e via tv com certa dificuldade, pois era cego de um olho, e tinha glaucoma. Bebia escondido. Fumava no banheiro e depois abria e fechava a porta em movimentos bem rápidos, para espantar a fumaça - como se não sentíssemos o cheiro do cigarro!
Saudades...

2 comentários:

Anônimo disse...

que saudade dessas figuras... mto bem descritas pelo olhar da sensibilidade

Anônimo disse...
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