domingo, 2 de março de 2008

Profundezas de sentimentos

Acabei de ler o Ao Sugo e novamente me inspiro para um post...
No texto, há a discussão sobre Amor e Ódio. Pois bem, aqui farei minha ressalva...
O verdadeiro Amor não padece, nem morre. Quem morre é a Paixão.
Amor não é posse, não é dar esperando algo em troca. Amor não é fazer você se desviar do caminho, nem tão pouco é aprisionar-se. Amor não acaba.
Paixão sim, quer tudo para si; quer doar-se perante um ganho. Paixão cega seus olhos e o deixa sem rumo, e o faz inseguro de suas capacidades.
E o ódio? "Resiste à virada das marés. Mesmo que seu motivo seja destruído, sua simples lembrança faz com que ele permaneça." De fato, o ódio resiste. Mas resiste naqueles que têm a incapacidade de amar.
O Ódio destrói obstáculos. A Paixão, com seu ímpeto, desvia-se deles. Agora, o Amor ultrapassa, encara de frente cada obstáculo, sem destruição e sem ilusão. A inconformidade é coisa do Ódio e da Paixão, mas nunca do Amor.
A Paixão e o Ódio são aprisionamento. A primeira, é o aprisionamento do outro e no outro; é o medo da perda daquilo que se julga seu. O segundo é o aprisionamento em si mesmo. É fazer com que seus pensamentos e atitudes sirvam de alimento a ele, e assim suas grades se tornam mais pesadas e fortes, dificultando a entrada do amor. Ódio e Paixão são vícios.
Mas, e o Amor?
O Amor é a sutileza presente em todas as coisas. O Amor não é dono de nada, e não espera ser. Ele sabe que tudo no mundo é emprestado, e cuida com zelo, carinho, respeito e dedicação enquanto estiver em suas mãos. O Amor não teme ser deixado, pois sabe que cada coisa tem seu tempo ao seu lado.
Amor é paz de espírito, é confiança, liberdade. Amor não é querer ter - Amor é não precisar ter.
O Amor é liberdade, alegria. Amor é compreensão. Amor é seguir seu caminho, possibilitando que em alguns momentos outros caminhos se cruzem com o seu, e até caminhem juntos. Mas, é saber também qual lado da bifurcação seguir, mesmo que seja o lado oposto ao outro.
Amor é esperança, de sempre seguir em frente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que bela ressalva!

Compartilho das suas idéias sobre a paixão, que é um sentimento debilitante - renúncia da individualidade sob uma "falsa" perspectiva.

O ódio?! Sinceramente, nunca cheguei a uma conclusão do que venha a ser. Onde há uma justificativa para ele? Assim, pensando de modo simplório que esse sentimento deve remeter ao lado selvagem do homem. Tenho a impressão, que mais explicito que a paixão, é um sentimento de auto-flagelação.
...
Como bem disse, amar é um sentimento de doação também, mas sem exigências, com aceitação da realidade, com respeito e com humildade.

tha disse...

Fosse em outro tempo (nem digo muito, talvez pouco mais de um ano) e eu diria que concordo com cada palavra. Mas hoje, não penso mais assim. O ódio, realmente acredito que é como vc diz, mas já a paixão e o amor...

Eu acredito que o amor pode ser finito. Porque a gente muda, e o outro também. E aí, às vezes o amor pode não resistir. Eu vejo o amor como uma planta frágil que precisa de sol e água. Se o sol não chegar na planta, ela morre; se faltar água, ela também morre. O amor perfeito, já não acredito mais que exista - mas não fico triste por isso, nem acho que seja algo ruim de se pensar.

E a paixão, não acho que ela é necessariamente ruim (ou que tenha que ter características negativas). Acho até que a paixão pode ser um fortificante para o amor.

Mas, enfim, isso é o que eu tô achando agora, vai que eu mudo de opinião de novo... hehehehe