Durante anos caminhei por terra que julgava segura. Terra firme, fértil, onde resolvi que seria construída minha morada. Então veio um terremoto, logo após terminar a construção, e acabou com tudo. A fundação era profunda, mas a terra era árida, e rachou, derrubando tudo.
Derramei muitas lágrimas ao ver os tijolos, colocados um a um, despedaçados no chão. Não sobrou nada de tudo aquilo que havia sido feito com tanto carinho.
Lamentei durante um tempo, por uma coisa que já não existia mais. Até que enxuguei as lágrimas. Resolvi me levantar, pois descobri em mim minha morada. Ninguém pode arrancar essas fundações, pois estão arraigadas no fundo de minha alma. Podem me abalar? Claro que podem. Assim como as palmeiras e árvores se abalam com o vento, mas que seguram firme, para não se deixarem cair.
Mas, preciso de um lugar para pousar minha morada. E pousar é muito diferente de fincar. Não quero depender de terra alguma. Como uma barraca de acampamento, fico enquanto o lugar for interessante, belo, aconchegante. Pode ser que fique pra sempre, pode ser que não. Dependerá do lugar, do tempo, da viagem, do aprendizado. O importante é me sentir segura e acolhida na terra pousada, e sentir-me livre para caminhar.
Vejo terra nova, e quero pousar minha morada. Torço para que seja por muito tempo, pois a paisagem que vejo é encantadora. Assim como derramei inúmeras lágrimas em terras que me deram falsa segurança, agora quero desfrutar de inúmeras alegrias nessas terras desconhecidas.
Um comentário:
Ai, minina!!!!!!
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