"Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer xixi, porque penico não tinha ali. Mas era feita com muito esmero, na rua dos Bobos, número zero."
Outro dia estava com essa música na cabeça... adorava ela quando criança. E claro, achava super engraçado. Como pode, uma casa sem teto, sem parede, e ainda assim ser uma casa? Pois digo que é! E que, realmente, é feita com muito esmero, na rua dos Bobos, número zero, numa cidade Sem Nome... A criança quando brinca, imagina o lugar onde se passa a brincadeira. Cadeiras usadas para delimitar a área da Casa, do Castelo, da Gruta. E se a casa é mais elaborada, pode ser feita com papelão, ou até mesmo com toalhas e lençóis! O importante é ter um espaço para chamar de Casa, de Lar, de Cabana, de Barraca de acampamento (mesmo que seja feita bem no meio da sala - mães adoram isso!). E com certeza, elas são mais gostosas, e fazem mais farra do que aquelas casinhas de madeira (hoje de plástico), com sala, quarto e cozinha.
Elas instigam a imaginação! E se há 3 moradores na Casa, com certeza há 3 Casas - sim, porque cada criança pensa do seu jeito como aquele Lar é, os seus objetos, seus móveis imaginários. Dividem o mesmo espaço físico desengonçado, mas como é rico o espaço imaginário! Quanta coisa há na Casa! E quantas histórias ela presencia!
Por isso, repito - a casa sem parede, sem teto, sem nada, existe. E como existe!
Um comentário:
Eu tb adorava essa música. Sempre achei o máximo!
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