sábado, 17 de janeiro de 2009

Falando um pouco de flores

Para não dizerem que falei apenas de dores, falarei também de flores.
Ontem foi o jantar de formatura da minha irmã.
O jantar foi em um lugar lindo! O salão era imenso, clean, todo branco e transparente. A decoração estava elegante, toda branca e verde musgo. De muito bom gosto (aqui devo dizer que minha irmã faz parte da comissão de formatura, portanto palpitou bastante sobre tudo - e ela tem bom gosto, é claro. Afinal, é minha irmã... hehehe).
O vinho era bom (Lambrusco), a comida excelente - havia quiche de alho poró, salada com croutons e fios de mel, pães, frios, pernil com molho adocicado (estava maravilhoso), massa, frango, carne... e a sobremesa estava fantástica: sorvete de macadâmia com crepe de chocolate e calda de morangos (sim, morram de vontade).
A banda era animada, e muito boa! Colocaram todo mundo pra cima. Eu não estava no pique de dançar, mas só de ouvir as músicas animadas já fiquei menos mal! Foi muito legal mesmo!!!
Voltamos quando estava acabando a festa, cerca de 4h.
Hoje teve a colação. Foi muito divertido! Foram 4 turmas, e um discurso estava mais bonito ou engraçado que o outro. Dava pra ver o quanto esses anos de faculdade foram importantes para cada uma dessas turmas.
A alegria e a tristeza desse momento de formatura são especiais.
É o fim de uma fase de estudos, para o começo de uma vida profissional. A fronteira entre o estudante e o adulto. Um limite que nem sempre é fácil de passar, mas que deve-se ter coragem para tanto. E, quando passa, olha-se para trás e vê-se que não era tão difícil assim.
Assim como o primeiro dia de aula na pré-escola foi difícil, e depois passar para a primeira série, para o ginásio, colegial, vestibular, para chegar na tão sonhada faculdade, agora é difícil virar adulto. Mas não tema, pois o crescimento é necessário. Não apenas o crescimento profissional, mas o crescimento enquanto indivíduo. Indivíduo como um todo - que tem seu trabalho, suas angústias, seu (sua) companheiro (a), seus anseios, suas conquistas. E tudo isso junto, pois a vida não é uma linha de montagem, onde se prepara uma coisa de cada vez, e depois tem-se o produto final.
A vida é feita de muitas coisas que acontecem ao mesmo tempo, e não devemos ter medo de encará-las. Amar em seus inúmeros jeitos, não apenas eleger um ou dois deles. Amar o trabalho, a família, a pessoa que está ao seu lado. Amar o próximo, o bichinho de estimação, as plantas, o mundo. Sem que, para amar um, você tenha que abrir mão de outro. Esse é o crescimento.
Agora, minha irmã, como todos os formandos, carrega uma vontade de transformar.
A transformação, no entanto, para cada pessoa é de um jeito. Para uns, ela começa pequenina, mudando o que está mais próximo - e isso já é tão grande! Cada pequena mudança que se faz, ramifica-se, e, pouco a pouco, muda-se muito. Para outros, é necessário mudar o macro, uma atitude mais radical, para atingir mais pessoas.
Digo apenas cuidado. Não se esconda na ajuda ao mundo. Comece por ajudar a si próprio, a se descobrir enquanto ser humano. O que você pensa sobre cada aspecto da sua vida e porque faz essa ou aquela escolha. Nunca faça uma coisa para tentar sanar um buraco que está dentro de você mesmo. Resolva primeiro esse buraco, essa angústia que você pode achar que vem do mundo, mas que a origem é você. Aí sim, com você consciente enquanto indivíduo, estará pronto a descobrir todas as outras coisas do mundo. E você estará muito mais seguro para realizar as mudanças, e dar cada passo de sua jornada.
A formatura a gente vive a cada dia, ao longo de uma vida inteira.


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