quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sabedorias infantis

Essa arrumação toda da minha mãe e da minha irmã ainda vai render mais posts... Pois ontem quando elas estavam arrumando os livros, um chamou a atenção da minha irmã. "Soluções de Palhaços - Transformações na realidade hospitalar", que fala sobre os Doutores da Alegria.
Não li o livro, mas nele há algumas frases que foram ditas por crianças. São singelas, mas comoventes.

Sobre mãe: Eu não sei se minha mãe estudou para ser mãe ou já nasceu assim mesmo.
Carinho: É quando a gente bota o coração na mão e passa na cara da mãe.
Médico: É uma pessoa que cura a gente. Médico que fica doente não sabe curar.
Palhaço: É um homem todo pintado de piadas.
Adulto: É uma pessoa que não entende de chuva, criança ou bala.
Morrer: É ver a flor pela raiz.
Pai: Ser pai é mais difícil que ser mãe. Pai usa gravata.
Sonho: É uma coisa que fica dentro do meu travesseiro.
Criança: A gente só é criança quando sabe inventar brincadeiras.
Alegria: É um palhacinho no coração da gente.
Arte: É tudo que se abre. A ciência fecha para poder ver melhor. Quanto mais você abre a arte, mais arte você faz; quanto mais fecha a ciência, mais ciência você tem.

Deveríamos todos ter corações infantis, não na imaturidade, mas na pureza dos sentimentos.
Quem não gostaria de ter um travesseiro repleto de sonhos ao deitar?
Que forma mais maravilhosa de descrever um palhaço, pintado de piadas, levando a alegria, ou melhor, pequenos palhacinhos, para os nossos corações? Será que não está faltando um pequeno palhacinho dentro da gente? Ou será que ele não está lá no cantinho, escondidinho, apenas esperando a chance de aparecer, e pintar nossa vida de todas as cores lindas?
Saber inventar brincadeiras, é o que faz do ser uma criança. Quantas vezes nos permitirmos ser crianças, e inventamos brincadeiras?
Que delicadeza pegar o coração na mão, e passar no rosto da pessoa querida. Quantas vezes entregamos nosso coração com tanta pureza, alegria, dedicação, respeito, confiança? Realmente é uma ótima definição de carinho, porque não há nada melhor para definir esse gesto de tocar o outro com o coração.
Morrer... a tristeza e dureza que muitas vezes essa palavra remete, é trocada por uma forma poética de ver aquilo que partiu - ver a flor pela raiz - é lá, o seu começo e seu final. Todo um ciclo fechado, através da beleza de uma flor.
E a admiração, amor pela mãe e pelo pai? A mãe que sabe tanto de tanta coisa (por isso o estudo), e o pai, que trabalha bastante (por isso a gravata).
E a arte a e a ciência, que nunca deixam de ser opostos, nem na visão infantil. Enquanto um abre para ser descoberto, o outro precisa se fechar para ser desvendado.
Deveríamos prestar mais atenção aos pequenos sábios.

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