sábado, 31 de janeiro de 2009

cabeça e coração

A boca sem beijos
Apenas fala.
Sorri vazio
Na tentativa de se preencher sozinha.
A mão sem entrelaços
Afaga o ar.
Anota, escreve, digita
Na busca de se bastar.
O corpo sem corpo
Trabalha, passeia, descansa.
Sente o vento, sente o calor
Na tentativa de seguir em frente.

Mas a boca não quer solidão.
A mão quer estar na mão de alguém.
O corpo quer arrepios e espasmos.

Boca, mão e corpo.
Cada um meio cabeça,
Meio coração.

A cabeça vive para o mundo
No amor racional pela vida.
O coração vive para ele
No amor ilógico por alguém.
A cabeça controla as ações
O coração demonstra toda a falta.


Francês

Bem... estava eu pensando o que poderia fazer para ocupar uma parte do meu tempo e conhecer novas pessoas... a primeira coisa que me veio à cabeça foi academia. Cheguei até a ligar para algumas. Mas não adianta. Detesto academia. O máximo que fiz foram dois meses de exercícios em uma, quando morava fora. Mas não é a minha praia.
Então, ontem à tarde no escritório, veio uma idéia - fazer um curso de línguas. Especificamente, francês. Quando era adolescente fiz inglês (in fact, I have to practise, because it´s been a long time that I stopped doing classes), e durante a faculdade fiz cerca de um ano de italiano (ma non mi ricordo niente).
O que me levou a pensar no francês? Bem... não há uma coisa em específico, mas saber que tenho com quem conversar foi uma idéia. E também sempre achei o francês uma língua charmosa, romântica (e tenho o romantismo em minhas veias). Minha tia fala francês fluentemente, pois fez seu doutorado em Paris. Uma prima que eu gosto muito também sabe francês (é tradutora, e sempre está às voltas com traduções de livros). E uma grande amiga minha está morando na França, já faz uns 4 anos.
Liguei para a escola para pegar informações, e hoje fui até lá. Já fiz a matrícula e o curso começa em março.
Vamos ver o que essa nova língua poderá me oferecer.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

mar em mim

Coração revolto em suas ondas.
Ora calmo, ora tempestuoso.
Às vezes quente, apenas acompanha a brisa que sopra.
Outras vezes gelado, com o vento cortante.
No incerto de seu rumo,
A única certeza é de sua imensidão.
Amor como o mar.
Mar em mim...


Vida

Nesse palco incerto
Sou atriz de improviso.
Não recebo os roteiros do meu papel.
Sem saber o final,
Desenvolvo minhas cenas.
Desencontros,
Encontros,
Reencontros.
Personagens vários na mesma cabeça.
Coração cambaleante,
Na intensidade,
Na vontade.
Tropeço em fala, poesia e música,
Ando, sem saber para onde,
Na esperança de um "gran finale".
O último ato,
Quando será que ele vem?
Quando será o próximo espetáculo?


Há Tempos

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
Agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho, não me lembro
não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
Há tempos são os jovens que adoecem
Há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
Ela disse: "Lá em casa tem um poço
mas a água é muito limpa."

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Que nem jiló

Se a gente lembra só por lembrar
De um amor que um dia teve e perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade intonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai, quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga que nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Saudade, o meu remédio é cantar

Tristeza minha

Tamanha tristeza de quem
Riu um dia.
Imaginou e viveu mil poesias.
Sentiu o coração bater mais forte,
Trouxe consigo a alegria de viver.
Esteve nas nuvens sem voar.
Zelou pelo amor, que agora se foi.
Arlequim? Não, Pierrô.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sherlock Holmes (again)

Ontem à noite acabei de ler "Um estudo em Vermelho". Adorei!!!
Como disse no outro post, é a primeira história do detetive mais famoso do mundo.
O livro é dividido em duas partes.
A primeira fala sobre como o Dr. Watson e o Sherlock Holmes se conheceram, e também mostra um caso de assassinato, onde o Dr. Watson começa a se interessar pelo trabalho do novo amigo. O caso se desenrola e ao final da primeira parte temos o assassino.
Então, para que a segunda parte, vocês devem estar se perguntando. Simples! Porque sem ela, a história fica sem pé nem cabeça. É na segunda parte que mostra o que levou o assassino a cometer o crime, e qual o raciocínio que Holmes usou.
Na primeira parte Holmes já fala sobre algumas pistas, mas nada que fique muito claro.
O livro é fantástico!

Sabedorias infantis

Essa arrumação toda da minha mãe e da minha irmã ainda vai render mais posts... Pois ontem quando elas estavam arrumando os livros, um chamou a atenção da minha irmã. "Soluções de Palhaços - Transformações na realidade hospitalar", que fala sobre os Doutores da Alegria.
Não li o livro, mas nele há algumas frases que foram ditas por crianças. São singelas, mas comoventes.

Sobre mãe: Eu não sei se minha mãe estudou para ser mãe ou já nasceu assim mesmo.
Carinho: É quando a gente bota o coração na mão e passa na cara da mãe.
Médico: É uma pessoa que cura a gente. Médico que fica doente não sabe curar.
Palhaço: É um homem todo pintado de piadas.
Adulto: É uma pessoa que não entende de chuva, criança ou bala.
Morrer: É ver a flor pela raiz.
Pai: Ser pai é mais difícil que ser mãe. Pai usa gravata.
Sonho: É uma coisa que fica dentro do meu travesseiro.
Criança: A gente só é criança quando sabe inventar brincadeiras.
Alegria: É um palhacinho no coração da gente.
Arte: É tudo que se abre. A ciência fecha para poder ver melhor. Quanto mais você abre a arte, mais arte você faz; quanto mais fecha a ciência, mais ciência você tem.

Deveríamos todos ter corações infantis, não na imaturidade, mas na pureza dos sentimentos.
Quem não gostaria de ter um travesseiro repleto de sonhos ao deitar?
Que forma mais maravilhosa de descrever um palhaço, pintado de piadas, levando a alegria, ou melhor, pequenos palhacinhos, para os nossos corações? Será que não está faltando um pequeno palhacinho dentro da gente? Ou será que ele não está lá no cantinho, escondidinho, apenas esperando a chance de aparecer, e pintar nossa vida de todas as cores lindas?
Saber inventar brincadeiras, é o que faz do ser uma criança. Quantas vezes nos permitirmos ser crianças, e inventamos brincadeiras?
Que delicadeza pegar o coração na mão, e passar no rosto da pessoa querida. Quantas vezes entregamos nosso coração com tanta pureza, alegria, dedicação, respeito, confiança? Realmente é uma ótima definição de carinho, porque não há nada melhor para definir esse gesto de tocar o outro com o coração.
Morrer... a tristeza e dureza que muitas vezes essa palavra remete, é trocada por uma forma poética de ver aquilo que partiu - ver a flor pela raiz - é lá, o seu começo e seu final. Todo um ciclo fechado, através da beleza de uma flor.
E a admiração, amor pela mãe e pelo pai? A mãe que sabe tanto de tanta coisa (por isso o estudo), e o pai, que trabalha bastante (por isso a gravata).
E a arte a e a ciência, que nunca deixam de ser opostos, nem na visão infantil. Enquanto um abre para ser descoberto, o outro precisa se fechar para ser desvendado.
Deveríamos prestar mais atenção aos pequenos sábios.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Rei Leão

Tinha uns 13 anos mais ou menos, lembro que me emocionei com o filme: O Rei Leão, da Disney.
O desenho muito bem feito, com humor, drama, alegria, tristeza na medida certa.
Adorava cantar as músicas, que por um tempo tinha decoradas em minha mente. Duas eram minhas preferidas: "The Circle of Life" e "Just Can't Wait to be King". Gostava tanto, que copiei em um papel.
Papel esse que achei hoje, em meio à bagunça do gaveteiro.
As duas músicas também me fizeram lembrar de um dia que estava na casa do poeta, onde ele me falou que também adorava o filme e as músicas - e colocou o CD para escutarmos.

Vou copiar aqui a letra de uma delas:

The Circle of Life

From the day we arrive
On the planet
And blinking
Step into the sun
There's more to see
Than can ever be seen
More to do
Than can ever be done
There's far too much
To take in here
More to find
Than can ever be found
But the sun rolling high
Through the saphire sky
Keeps great and small
On the endless rouns
It's the circle of life
And it moves us all
Through despair and hope
Through faith and love
'Til we find our place
On the path unwinding
In the circle, in the circle of life.

Essa música realmente é linda...

escritos

Entre os desenhos e escritos, achei um pequeno texto que eu escrevi há muito tempo. Devia ter uns 13 ou 14 anos. Segue abaixo:

Quando crescer

Quando crescer quero ser tanta coisa...
Quando crescer quero ser arquiteta, para desenhar minha própria casa. Também quero ser decoradora, para decorá-la.
Quando crescer quero ser estilista, para poder desenhar minhas roupas. Quero ser pintora, para fazer meus próprios quadros.
Quero ser escritora, e ler meus livros.
Quero ser executiva, prefeita, governadora, presidenta, trabalhadora...
Quero ser tanta coisa, que não cabe neste papel.
Quero ser perfeita, mas isso ninguém é.
E, o mais importante de tudo, pois isso eu sempre serei: eu mesma!

Ao ler esse texto, sorri. Querer de uma criança/ adolescente, que tem suas fantasias e também suas verdades.
Pensei que boa parte do que escrevi me satisfez.
Sou arquiteta. Ainda não desenhei minha própria casa, mas um dia farei. Realizo-me em fazer o papel concretizar anseios dos clientes, muito mais do que se fizesse apenas para mim os projetos.
Estilista eu não sou, mas uso apenas o que me deixa confortável. Faço minhas bijuterias, uso roupas, perfumes e acessórios que têm a minha cara. De certa forma, crio meu próprio estilo.
Não publiquei nenhum livro, mas tenho o blog que é muito melhor. Aqui coloco meus anseios, pensamentos, devaneios, desejos, e posso interagir com os leitores e amigos.
Não sou executiva, nem política, e ainda bem! Faço meu trabalho com carinho e amor, aproveitando as oportunidades que me são dadas, e tenho apenas o poder necessário em minhas mãos.
Busco me melhorar enquanto pessoa, mas não desejo mais a perfeição. A perfeição é forçada demais, e a beleza está exatamente nas ondulações de cada um.
Mas, o que me deixou mais feliz de tudo - em todos esses anos, eu sempre fui eu mesma!

arrumação

Hoje à tarde minha mãe e minha irmã resolveram arrumar o armário de casa - livros, livros didáticos (sim, acreditem, minha mãe guardava os nossos livros desde a primeira série!), cadernos, fichários, bugigangas em geral. E resolveram arrumar por falta de espaço em casa para guardar coisas.
É aquele negócio... quanto mais espaço pra guardar coisas nós temos, mais coisas temos para guardar...
Bem, chegando em casa resolvi arrumar meu gaveteiro, que era formado basicamente de papéis.
Fiquei espantada com a quantidade de coisas passadas que tirei dali! Muitas joguei fora, outras guardei, por valores legais ou sentimentais.
Achei um convite do baile de formatura da faculdade, meu primeiro par de óculos, lápis diversos.
Ali também havia uma pasta com um convite e as coisas do meu casamento, que foram para o lixo (achei até que já tivesse jogado fora) e uma pasta de documentos - essa ficou bem guardada.
Mas algumas coisas me chamaram muito a atenção de ter encontrado!
Cartões de natal antigos, de colegas e amigos do colégio. Cartas de 10 anos atrás, que eu trocava com a Cris quando ela morou no exterior, e que guardo com muito carinho até hoje! Eu lembro que escrevia a carta e logo colocava no correio. A cada 21 dias chegava uma nova carta dela, e eu já respondia prontamente. Falávamos de tudo, ela das aflições e alegrias lá, e eu das minhas aqui.
Também encontrei um caderninho que eu fiz no final da oitava série, contendo fotos, lembranças e bilhetinhos de despedida.
Achei também alguns desenhos e escritos meus de sabe-se lá quando! Os desenhos eram diversos: muitas mocinhas em belos vestidos de festa, de noiva, de dia-a-dia. Uma caricatura que fiz dos meus professores de terceiro colegial, e uma caricatura que eu fiz da minha turminha de amigos do colegial. Desenhos de bichos, desenhos copiados de livros e papéis de carta.
Fiquei saudosa ao ver as cartas, os cartões, os desenhos. Lembranças de uma época divertida, onde as maiores aflições eram o vestibular e as fofocas da escola.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

...

Estou vivendo as reticências.
A espera.
Acompanhando os ponteiros do relógio,
Vendo o tempo passar.
O coração descompassado,
Angustiado,
De ter que esperar.
Mas, para passar, só o tempo.
Tempo reticente, até se tornar ponto final.
Outra linha, parágrafo, letra maiúscula.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sherlock Holmes

Ganhei de presente de aniversário do meu cunhado um livro que eu adorei!
"Um estudo em Vermelho", de Sir Arthur Conan Doyle, é a primeira história de Sherlock Holmes.
Comecei hoje, e já estou devorando! Adoro histórias de detetives, mistérios, investigações!

sensação

Meu corpo fala o que sinto.
O frio no estômago,
O aperto no peito.
O pensamento longe,
As lembranças choram em minha alma.
Respiro fundo,
Mas nada passa, apenas o tempo.
A saudade mesmo, é cada vez maior.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Elogios

Por que ficamos tão desconcertados com elogios?
Quando recebemos uma crítica, por mais difícil que seja, parece que aceitamos melhor do que um elogio. Nós nos armamos para receber uma crítica, uma ofensa. Agimos muito na defensiva.
Na ofensa, sabemos como reagir, como argumentar, como atacar.
Mas o elogio nos desconcerta, desarma. Ficamos sem ação. As palavras somem, as faces ruborizam, o sorriso escapa de um jeito inevitável.
Sentimo-nos no centro das atenções, e queremos fugir.
Não deveria ser assim... deveríamos ser menos armados, menos defensivos.



festa de niver

Meu aniversário foi segunda e o da minha irmã quinta. Ontem, então, houve uma festinha aqui em casa, bem familiar - pais, tios, meu cunhado e dois amigos dela.
A Carol disse que esse ano queria festa de aniversário com bolo, brigadeiro e bombom de leite ninho. Já estava cansada de mousse, pavê, torta no lugar do bolo.
O cardápio: patês deliciosos de azeitona, tomate, manjericão e atum, bombom de leite ninho, brigadeiro e... bolo! Bolo com recheio de creme com damascos e cobertura de marshmellow!!! Que delícia!
Veio um gosto de infância, porque tanto os bombons quanto o bolo era tradição em casa nos nossos aniversários. Estava muito bom!


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Médico, louco e ... arquiteto?

Sabe aquele ditado: "de médico e louco todo mundo tem um pouco"?
Então... eu acrescentaria mais uma coisa: arquiteto.
É impressionante! Muitas pessoas, na hora que resolvem construir, acham que sabem como fazê-lo.
Ao invés de contratarem um profissional, resolvem contratar apenas um pedreiro. Não estou subestimando o pedreiro, mas cada qual no seu lugar.
Aí, quando o arquiteto faz o projeto, vem os comentários:
"Nossa! Ficou bom! Como eu não tinha pensado nisso antes?"
"O que o arquiteto faz exatamente?"
"Eu achei que o arquiteto fosse só pra deixar a casa mais bonitinha".
Blah! A gente passa 5 anos numa faculdade, estudando história, projeto, conforto, como trabalhar com o espaço. É óbvio que o mínimo que se espera do arquiteto é que ele faça um bom projeto!
Bem, esse foi apenas um desabafo... um surto momentâneo.
Gostoso Demais
Tô com saudades de tu meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu
É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz
Pensamento viaja e vai buscar
Meu bem querer
Não posso ser feliz assim
Tem dó de mim
Que é que eu posso fazer
Tô com saudades de tu meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ctrl e regra de 3

Nos programas de computador, muitas coisas são mudadas com Ctrl.
Ctrl+C, Ctrl+V, Ctrl+Z, Ctrl+X...
Nossa cabeça poderia funcionar assim, né?
Ctrl+Z para desfazer uma cagada,
Ctrl+X para recortar uma coisa errada,
Ctrl+C para copiar uma alegria,
Ctrl+V para colar no coração.

Mas, como não é assim, tento outro mecanismo.
Regra de 3.

84 meses - 9 meses
9 meses - x
x= +- 1 mês

Será que o coração consegue ser tão racional?
Ou será que a cabeça que pensa, consegue se impor ao coração?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões


Escrito a séculos, e ainda assim atual...

Contraste triste

Antes eu tinha borboletas em meu estômago, e o coração batia forte.
Hoje, tenho um frio ao invés da borboleta, e o coração apertado.
Antes eu tinha em minha cabeça músicas de declarações de amor.
Hoje me restam as melodias tristes sobre o amor...
Antes, via meus olhos como diamantes brilhantes.
Hoje, tenho os olhos como a última chama antes da vela apagar.
Antes, sorria com toda a alegria do mundo.
Hoje, nem todo o mundo me faz alegre.
Antes o trabalho rendia, e era ótimo trabalhar.
Hoje, o trabalho é apenas um tapa-buraco para o tempo passar.
Hoje, quero que meu tempo seja como antes...

Solidão

Eu.
Meu eu.
Seu eu.
Seu eu em mim.
Cadê seu eu que estava ao lado meu?
Agora, meu eu, só eu.
Eu em mim.

Hoje eu queria dormir e não acordar mais...
Ou acordar só quando meu coração não doesse mais. Quando ele não se lembrasse mais das músicas e das poesias, nem dos carinhos, nem dos beijos e abraços, nem dos sussurros...
Acordar quando meu coração não se lembrasse mais dos doces olhos cor de mar, (seriam olhos de ressaca, penetrantes, envolventes, atordoantes?) da risada escandalosa, do jeito inquieto de ser...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Certas Coisas

Lulu Santos

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo.

Níver

19 de janeiro - meu aniversário.
Sempre gostei de comemorar meu aniversário! Sempre! Mas, esse ano, não estava no pique. O ano começou todo atropelado, com a vida mais uma vez brincando com meu coração.
Mas, ainda assim, hoje é dia 19, e meu aniversário.
Não quis ficar em casa, amargando a tristeza, porque de nada vai adiantar.
Então, durante o dia combinei com os amigos de sair.
Fomos ao Mosaico. Ri muito, graças a eles! Foi uma noite divertida, alegre, com os amigos em volta! Não posso falar que não senti falta de um certo alguém, mas, fazer o que? "a vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim", como diria Lulu Santos.
Foi ótimo ter saído, e passado umas horinhas em companhias tão boas e queridas!!!!

domingo, 18 de janeiro de 2009

soneto do amor à primeira vista

Quando conheci o poeta, foi um encantamento mútuo.
Depois de dias conversando, saímos pela primeira vez, e ele havia escrito um soneto para me pedir em namoro. Aquilo me surpreendeu, e eu fiquei maravilhada, muito feliz. Aceitei na hora seu pedido.
Depois de meses de namoro, vem o fim do ano, e, a virada, que eu achei que fosse vir repleta de coisas boas, veio como uma rasteira.
Hoje, eu sou apenas um soneto bonito que ele escreveu, e nada mais. Virei apenas uma publicação em meio a tantas outras que ele já fez.
Isso me faz lembrar da música "More than words", que aliás, foi um dos meus primeiros posts no blog... E, agora, atribuo mais um significado nessa música. Mais que palavras, no sentido de sentir. Não apenas falar, escrever o que se sente, mas sentir realmente.
Como eu queria ser mais do que palavras na vida do poeta.

Baile

Ontem foi o baile de formatura, para encerrar as festas.
O salão era lindo também, mas menor que o do jantar.
Os aperitivos estavam muito gostosos, muitos patês, pães, e também quiche de carne seca e torta de palmito. O vinho estava muito bom também.
A banda era super animada, colocava todo mundo pra cima. Cantavam e tocavam muito bem!
Eu fiquei meio desanimada no começo, com as músicas lentas para se dançar juntinho, mas depois me animei um pouco. Coloquei todos os frufrus - antenas, poá, e até dancei um pouquinho. Mas, chegou uma certa hora da noite que me baixou uma tristeza muito grande.
Pedi para ir embora (fomos e voltamos de van), e saímos.
Minha irmã ficou até o fim, claro, afinal, ela tinha que aproveitar mesmo.
Mas meus pais, meus tios e eu fomos embora.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Falando um pouco de flores

Para não dizerem que falei apenas de dores, falarei também de flores.
Ontem foi o jantar de formatura da minha irmã.
O jantar foi em um lugar lindo! O salão era imenso, clean, todo branco e transparente. A decoração estava elegante, toda branca e verde musgo. De muito bom gosto (aqui devo dizer que minha irmã faz parte da comissão de formatura, portanto palpitou bastante sobre tudo - e ela tem bom gosto, é claro. Afinal, é minha irmã... hehehe).
O vinho era bom (Lambrusco), a comida excelente - havia quiche de alho poró, salada com croutons e fios de mel, pães, frios, pernil com molho adocicado (estava maravilhoso), massa, frango, carne... e a sobremesa estava fantástica: sorvete de macadâmia com crepe de chocolate e calda de morangos (sim, morram de vontade).
A banda era animada, e muito boa! Colocaram todo mundo pra cima. Eu não estava no pique de dançar, mas só de ouvir as músicas animadas já fiquei menos mal! Foi muito legal mesmo!!!
Voltamos quando estava acabando a festa, cerca de 4h.
Hoje teve a colação. Foi muito divertido! Foram 4 turmas, e um discurso estava mais bonito ou engraçado que o outro. Dava pra ver o quanto esses anos de faculdade foram importantes para cada uma dessas turmas.
A alegria e a tristeza desse momento de formatura são especiais.
É o fim de uma fase de estudos, para o começo de uma vida profissional. A fronteira entre o estudante e o adulto. Um limite que nem sempre é fácil de passar, mas que deve-se ter coragem para tanto. E, quando passa, olha-se para trás e vê-se que não era tão difícil assim.
Assim como o primeiro dia de aula na pré-escola foi difícil, e depois passar para a primeira série, para o ginásio, colegial, vestibular, para chegar na tão sonhada faculdade, agora é difícil virar adulto. Mas não tema, pois o crescimento é necessário. Não apenas o crescimento profissional, mas o crescimento enquanto indivíduo. Indivíduo como um todo - que tem seu trabalho, suas angústias, seu (sua) companheiro (a), seus anseios, suas conquistas. E tudo isso junto, pois a vida não é uma linha de montagem, onde se prepara uma coisa de cada vez, e depois tem-se o produto final.
A vida é feita de muitas coisas que acontecem ao mesmo tempo, e não devemos ter medo de encará-las. Amar em seus inúmeros jeitos, não apenas eleger um ou dois deles. Amar o trabalho, a família, a pessoa que está ao seu lado. Amar o próximo, o bichinho de estimação, as plantas, o mundo. Sem que, para amar um, você tenha que abrir mão de outro. Esse é o crescimento.
Agora, minha irmã, como todos os formandos, carrega uma vontade de transformar.
A transformação, no entanto, para cada pessoa é de um jeito. Para uns, ela começa pequenina, mudando o que está mais próximo - e isso já é tão grande! Cada pequena mudança que se faz, ramifica-se, e, pouco a pouco, muda-se muito. Para outros, é necessário mudar o macro, uma atitude mais radical, para atingir mais pessoas.
Digo apenas cuidado. Não se esconda na ajuda ao mundo. Comece por ajudar a si próprio, a se descobrir enquanto ser humano. O que você pensa sobre cada aspecto da sua vida e porque faz essa ou aquela escolha. Nunca faça uma coisa para tentar sanar um buraco que está dentro de você mesmo. Resolva primeiro esse buraco, essa angústia que você pode achar que vem do mundo, mas que a origem é você. Aí sim, com você consciente enquanto indivíduo, estará pronto a descobrir todas as outras coisas do mundo. E você estará muito mais seguro para realizar as mudanças, e dar cada passo de sua jornada.
A formatura a gente vive a cada dia, ao longo de uma vida inteira.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Codnome Beija-Flor
Cazuza

Pra que mentir

Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ironias da vida

Desde pequena sempre tive medo de ser abandonada.
Ficava angustiada quando minha mãe demorava para me buscar na escola.
Na hora de formar times nas aulas de Educação Física, eu sempre temia ficar por último na escolha...
Ainda bem sempre tive família e amigos com quem pudesse contar em todas as horas. Desde fofoca de escola, sair pra dar risada, até para pedir o ombro nos momentos difíceis.
Mas, a vida age ironicamente. Nos meus dois relacionamentos, eu fui deixada...
Hoje vim para Ribeirão com minha família, pois é formatura da minha irmã.
Contava com a presença de mais alguém no quarto, mas há uma semana e meia essa pessoa escolheu sair da minha vida.
E agora estou aqui, no quarto, sozinha (quer dizer, sozinha, não. Estou com meu cachorro). E o meu quarto é o único que está em um andar diferente dos demais.
Irônico, né? Até uma semana e meia eu achei que fosse curtir a cidade ao lado do meu namorado, como se fosse um pequeno prolongamento das férias. Achei que dançaria com ele nas festas.
Como me dói essa sensação de abandono...
Vou curtir a festa, pois é uma data muito importante para a minha irmã. Assim como ela esteve super feliz quando eu me formei, agora eu estou por ela.
Mas devo confessar que aproveitarei muito menos a festa, pois estou triste pelo fim do meu relacionamento. Mas, pelo visto sou só eu que estou triste com esse término, já que ele está pensando em outros carnavais.
Uma pena... o mago fez entrar fundo no meu coração todo o encanto, e agora está muito difícil de arrancar do peito.
Curtirei minha vida agri-doce, que no momento não faz outra coisa senão rir de mim, aprontando suas ironias...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mago e seus sonetos

Tom Jobim - Retrato em Branco e Preto
Tom Jobim/Chico Buarque
Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada

Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto,
E que no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos,
Eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara,
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado,
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto,
A maltratar meu coração

Não deveria ter acreditado no mago poeta.
Em suas palavras de feitiçaria, seus beijos encantados.
Enfeitiçou meu coração, e agora solta-o ao vento.
Diz: voa, coração. Mas esqueceu-se de tirar o encanto dele.


superação artificial

Nos pensamentos confusos eu viajo...
Gostaria de encarar o término como eu encaro uma sobremesa que acabei de comer.
Olho o prato, está vazio, levanto da mesa e toco minha vida, como se nada tivesse acontecido.
Mas, ao invés disso, a sensação é de ter sido tirado o doce antes de comê-lo.
Atiça, mostra-me o doce, leva-o à minha boca, e... acabou. Tira-se o doce, e deixa -me ali, sem poder saborear.
Agora fico na vontade, na saudade de ter sentido o cheiro, ter tocado, mas não ter sentido seu gosto.




amor

Amor
Amar
Amargura
Amargurar o amor.
No âmago da alma
Amarga o gosto do abandono.
Por amar, desama.
Desarme-se.
Ame.


Coração?

Coração, que isso?
É de comer?
À partir de hoje, e por tempo indeterminado, meu coração ficará exilado.
Ele não faz mais parte do meu corpo.
Assim, não sofrerá, e também não amará.
Viverei apenas com a cabeça, que me garante a sobrevivência.
É a cabeça que me faz trabalhar, ganhar dinheiro, conhecer pessoas que podem ser interessantes de conviver.
O coração até hoje só fez burrada, então melhor deixá-lo de lado.
Toda vez que ele amou, foi carinhoso, sincero, atento, alegre, gentil, dedicado... e o aconteceu? Foi apunhalado, ferido, machucado, magoado. Ele já me fez sofrer demais, então agora dou um basta.
Se um dia a cabeça deixar, ele volta para seu lugar.
Até lá, ele não vai mais amar.

Injusto

Todo término de relação é injusto.
Para começar um relacionamento, são necessárias duas pessoas.
Para acabá-lo, apenas uma.
Como dizer, então, que isso é justo?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um certo Alguém
Lulu Santos

Quis evitar teus olhos
Mas não pude reagir
Fico à vontade então
Acho que é bobagem
A mania de fingir
Negando a intenção

Quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
E te mudou a direção

Chego a ficar sem jeito
Mas não deixo de seguir
A tua aparição

Quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar

Me dê a mão
Vem ser a minha estrela

Complicação
Tão fácil de entender
Vamos dançar,
Luzir a madrugada
Inspiração
Pra tudo que eu viver

Quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
É melhor não resistir
E se entregar

Me dê a mão
Vem ser a minha estrela

Complicação
Tão fácil de entender
Vamos dançar,
Luzir a madrugada
Inspiração
Pra tudo que eu viver
Que eu viver

Quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar

coração dolorido

Hoje de manhã acordei pensando na dor que estou sentindo, e na dor que eu senti quando meu casamento acabou.
Ao acabar meu casamento, senti mais uma dor da perda de tudo o que um casamento traz, do que a dor do amor. Não que eu não gostasse dele, mas me doeu muito mais ver meus planos indo por água abaixo, ver que tudo o que eu havia planejado - uma casa, uma família, filhos, o casamento, tinha sido desfeito no ar, e voou como poeira. Perdi meu chão, fiquei sem saber o que fazer, achando que não conseguiria mais viver, que nunca conseguiria ter minha vida.

A dor que sinto hoje é bem diferente. Tenho minha vida, conquisto minhas coisas a cada dia, não faço grandes planos, já que o futuro é desconhecido. Penso no amanhã, mas não no ano que vem, não no "daqui dez anos". Sei que viverei bem , que não é o fim do mundo.
Mas essa dor que sinto hoje é bem mais dolorida - é pura dor de amor. De sentir falta de conversar com a pessoa querida, de saber como ela está, de trocar carinhos e confidências, de ver seu olhar, seu sorriso. De provocar, só pra ver ele fazer aquela cara de indignado e irritado, e depois cobrir de beijos. De receber uma rosa, de escrever um poema para ele. De discordar de um ponto, e discutir até mostrar nossos pontos de vista (mesmo que continuem diferentes). De saber que falarei com ele, que escutarei a voz dele, que o verei.
Dor da perda viva. De romper, de um dia para o outro, os carinhos, as declarações, os beijos e abraços. De não poder chamá-lo mais de "amor", "carinho", "poeta". De não ouvir mais: "amortadela", "querida", "linda".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Mais uma vez Re

Na aquarela da vida decidiram que eu seria Renata.
Numa folha qualquer, sou rabiscada inúmeras vezes.
E, ao me darem um lápis, eu mesma me redesenhei.
Reinventei, redescobri, recolori.
Relembrei, redesenhei, resgatei.
Resolvi, retardei, reergui.
Agora, estou num esforço tremendo para não me
Recolher. Preciso
Recobrar os sentidos, nessa vida sem nexo.
Reencontrar um contexto para me reencaixar
Na felicidade.
Sonhos
Caetano Veloso

Tudo era apenas brincadeira

E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu

Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho, não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia

Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar

Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada
Por outra pessoa

Mas não tem revolta não
Eu só quero que você me encontre
Saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim,
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz

Texto roubado

Peguei esse texto do orkut do meu primo. Acabei de ler, e ele resume, de certa forma, o que estou sentindo...

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ele continua cantando tão bem; Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; Não saber como frear as lágrimas diante de uma música; Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...



Aprovetando que a Mary ainda está aqui, hoje fomos almoçar com a turminha que mora na cidade.
Almoçamos em um restaurante/barzinho perto da minha casa, depois alguns voltaram para o trabalho, e eu e mais duas amigas fomos para a praça XV (em frente), conversar.
Na verdade elas ficaram me consolando...
Como é difícil arrancar essa dor do peito. Uma dor que dói lá no fundo, e tira seu ânimo de fazer qualquer coisa.
Forço-me a trabalhar, a sair, a comer. Mas não consigo sorrir, nem com a maior força do mundo.
O trabalho está rendendo menos, e não é porque acabei de voltar das férias.
Aliás, enquanto estava em férias, pensei que escreveria tanta coisa no blog, para vocês. Mas não vou fazê-lo, porque essas férias foram ótimas, mas terminaram com muita tristeza.

Enfim, almoçamos, conversamos, e depois voltei para o escritório.
Agora no fim da tarde a Mary vai em casa fazer uma visitinha. Acho que a última antes de ir embora. Como disse em outro post, há um tempão estava esperando a visita dela. Mas, até uns dias atras achei que estaria num clima muito mais feliz para recebê-la.

domingo, 11 de janeiro de 2009

praça XV

Praça XV de novembro.
Praça da minha infância, onde ia todos os domingos com a minha tia e a minha irmã passear.
Sempre foi uma praça com movimento - crianças, cachorros, casais.
Aos poucos, vários bares e restaurantes abriram em volta da praça.
E, aos domingos, há uma feirinha de artesanato e comidas.
Hoje à tarde, minha irmã e eu resolvemos dar um pulo na praça. Minha irmã estava com vontade de comer tapioca.
Resolvi levar meu cachorro junto, mas ele detesta passear (inacreditável, porém verdade).
Chegando lá, vimos a praça movimentada, num clima gostoso. A Carol comprou a tapioca dela, e o Calvin não via a hora de voltar pra casa. Uma amiga ligou, pra saber o que eu estava fazendo, e falou que estava com outras amigas indo para um barzinho. Descemos pra deixar o Calvin em casa e fomos para o barzinho ali perto, encontrá-las.
Comi um doce, conversamos por umas duas horas, e vim pra casa.
Na volta, cruzamos a praça para ir para a padaria, e a praça estava ainda mais cheia.

Amigos

Amigos.
O que seria de mim sem os amigos?
Mais uma vez, vejo que tenho muitos!
Cada momento da minha vida - de alegria, de tristeza...
Sempre me mostram seu carinho!
E me fazem muito bem!
Fazem-me ver o quanto sou querida!
O quanto eu tenho importância na vida de cada um.
É muito confortante isso.
Enxergar amigos nos dias que você está feliz é muito fácil.
Todos gostam da sua companhia e tal.
Mas, ver que você pode contar com eles em todas as horas, não há coisa melhor no mundo!
Eles não têm medo de responsabilidades, de estar ao seu lado, de enfrentar as mais diversas situações!
Amigos, esse post é para todos vocês.

dor

A dor do abandono é pior que a dor da morte.
A morte, de certa forma, é consoladora. Você sabe que a pessoa se foi graças a uma força maior.
A pessoa não escolheu morrer - a morte escolheu a pessoa.
O abandono não é assim. No abandono, a pessoa decidiu que não quer mais você. E pronto. Ela saiu da sua vida por vontade própria. Acabou.



sábado, 10 de janeiro de 2009

Maria, Mary, Marie

Ontem encontrei com uma grande amiga minha, que não via há um ano!!!
Ela está morando na França, e veio passar uns dias no Brasil.
Que saudade que eu estava dela!!
Fomos, com um casal de amigos e mais uma amiga, a um restaurante japonês, para conversar.
Foi bom sair para distrair um pouco. Eu já estava esperando pela chagada dela há um tempão!

The show must go on

Empty spaces - what are we living for
Abandoned places - I guess we know the score
On and on, does anybody know what we are looking for...
Another hero, another mindless crime
Behind the curtain, in the pantomime
Hold the line, does anybody want to take it anymore
The show must go on
The show must go on, yeah
Inside my heart is breaking
My make - up may be flaking
But my smile still stays on

Whatever happens, I'll leave it all to chance
Another heartache, another failed romance
On and on, does anybody know what we are living for ?
I guess I'm learning
I must be warmer now
I'll soon be turning
Round the corner now
Outside the dawn is breaking
But inside in the dark I'm aching to be free
The show must go on
The show must go on, yeah yeah
Ooh, inside my heart is breaking
My make - up may be flaking
But my smile still stays on

My soul is painted like the wings of butterflies
Fairytales of yesterday will grow but never die
I can fly - my friends
The show must go on
The show must go on
I'll face it with a grin
I'm never giving in
On - with the show

Ooh, I'll top the bill, I'll overkill
I have to find the will to carry on
On with the show
On with the show
The show - the show must go on

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ontem queria comprar uma passagem para a Terra do Nunca.
Mas desisti dessa idéia, porque essa não sou eu.

Hoje estou mais tranquila.

"Fé em Deus e Pé na Taba
Fé em Deus e Pé na Taba

O tribalismo é um anti-movimento
Que vai se desintegrar no próximo momento
O tribalismo pode ser e deve ser o que você quiser
Não tem que fazer nada basta ser o que se é
Chegou o tribalismo, mão no teto e chão no pé"

Trecho da música "Tribalistas" de Os Tribalistas.

Então é isso - "fé em Deus e pé na taba". Tudo acontece no tempo certo, na hora certa.
"Mão no teto e chão no pé". Sonho, sem esquecer da realidade. Como sempre fiz em minha vida.
O sonho nos seus inúmeros significados. A realidade em suas várias faces.
Os pés no chão dão firmeza, esclarecimento, segurança. As mãos no teto nos dão a espiritualidade, a magia, o encanto.
Mãos no teto e fé em Deus. Pé na taba e chão no pé.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Hoje estou extremamente triste, arrasada, chateada.
A magia que existia na minha vida se afastou, a poesia ficou concreta demais.
Estou chorando meu coração, sangrando minhas lembranças.

Como seria bom se eu pudesse apagar da memória toda a lembrança, assim como fiz com as fotos do orkut. Como seria bom se eu pudesse trocar os pensamentos assim como troquei as palavras que lá estão.

Infelizmente não é assim. Não posso apagar nada, e agora fico amargando lembranças que eram doces.
Hoje a comida não tem gosto, o espelho não me atrai.

Agora é procurar outras poesias, outras magias... até um dia...
"Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu nem sei em que hora dizer
Me da um medo ( que medo )

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto"

É apenas um trecho da música "Eu preciso dizer que te amo", de Cazuza.



quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Renata

Hoje eu não queria me chamar Renata.
Não queria carregar esse carma.
Ter que renascer, redescobrir, reinventar quando as incertezas não são minhas.
Ter que passar por cima, como se nada importasse.

Há pessoas que escrevem belas poesias, mas não sabem como vivê-las.
De que adiantam palavras bonitas?
A vida é feita de gestos bonitos. De amor, de carinho.
De companheirismo, respeito.
Políticos também dizem belas palavras.

domingo, 4 de janeiro de 2009

...

Será que, se amor fosse moeda, as coisas seriam diferentes?
As pessoas fazem planos de vida. Mas, grande parte desses planos gira em torno da vida profissional, afinal é ela que garante a sobrevivência. Muitas vezes é a vida profissional que fala onde morar, com quem conviver.
E o amor? Paciência... ele pode esperar.
Quem sabe, um dia...
E se amor fosse moeda?
Será que aí então ele estaria em primeiro plano?
Será que os esforços seriam outros?
Será que as prioridades seriam outras?
Hoje, há pessoas vivendo sem um amor, para que o resto dê certo.
Será que o amor não ajuda todo o resto a ser mais belo, mais envolvente, mais alegre?

Começo de 2009

O que esperar de 2009?
Espero trabalhos legais e muito amor e carinho no coração.
Do resto, o tempo se encarrega.

2008 passou

2008...
Reencontro com amigos, casamentos, aniversários.
Magia, poesia.
Trabalho, muito trabalho.
Praia, sol e mar.
E o ano passou, correndo que só.