sábado, 30 de outubro de 2010

Brinquedo emocional

Sempre falamos sobre relacionamentos amorosos. O quanto queremos encontrar alguém para dividir a vida, alguém que nos entenda. Mas, ao mesmo tempo, vemos cada vez mais pessoas sozinhas - não falo daquelas que estão sozinhas porque querem, mas daquelas que estão sozinhas querendo estar acompanhadas. Encaixo-me entre elas. Estou sozinha, e desejo encontrar alguém. Aquele alguém. Não para dividir a vida, mas para compartilhá-la. Para somar sonhos, planos, para assumir responsabilidades juntos.
Conversando com muitas pessoas, ou apenas observando o que acontece à minha volta, percebo que estamos cada vez mais individualizados. É difícil alguém querer assumir um compromisso, pois o comprometimento demanda atenção, dedicação, tempo - coisas raras hoje em dia. Todos se preocupam muito com o "aqui e agora", agem pelo imediato. Conquistam o hoje, mas não se preocupam com o amanhã. Querem um futuro, mas não fazem nada para construí-lo.
Anseiam por uma companhia, mas não querem todos os tropeços do caminho, quando são exatamente os tropeços que nos fazem crescer. Através deles caímos, levantamos e seguimos adiante. Não se permitem conhecer o outro. Na primeira dificuldade decidem que não vale à pena, e a conquista perde o valor.
Pergunto - no trabalho agimos igual? Na primeira dificuldade, abandonamos o emprego? Ou insistimos, aprendemos, e avançamos? "Ah, mas é diferente". Claro que é diferente, afinal, sentimento não é trabalho. Mas questiono toda a insistência que temos em tantas áreas da nossa vida, e justo na área emocional, abandonamos o barco na primeira chuvinha. Não deveria ser assim. Mas, vivemos hoje como objetos descartáveis. Somos produtos substituíveis. Brinquedo que, ao ser conquistado, é o preferido, mas, ao perder o interesse, joga-se fora.
Quantos de nós estamos dispostos à conquista diária, aos desafios de se conhecer todos os dias a pessoa que dizemos amar? De se redescobrir, e de redescobrir o outro quantas vezes forem necessárias?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alagados

Como de costume, estou com uma música na cabeça... a da vez é Alagados, de Os Paralamas do Sucesso!


Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em que
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em que

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em que
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em que
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em que
A arte de viver da fé


domingo, 24 de outubro de 2010

Volta na praça

Hoje à tarde estava sem fazer nada, e resolvi dar uma volta. Peguei meu caderno de desenho, caso batesse a vontade de desenhar, coloquei na bolsa e saí. Primeiro dei uma volta pela rua, até que cheguei à praça, que estava cheia! Domingo com feirinha de artesanato e comida, famílias, pessoas com seus cachorros, e uma moça cantando.
Sentei num banco, tirei meu caderno, e comecei a rabiscar. Minhas mãos e olhos estão destreinados, faz muito tempo que não desenho. Vi uma família conversando - um casal e três crianças pequenas, e desenhei suas silhuetas. Depois de um tempo, vi duas crianças se aproximarem - uma delas sentou-se ao meu lado, e a outra, ao subir no banco, escorregou e caiu. Na hora começou a chorar, eu ajudei a levantar, é claro, e já estava limpando a terra dos bracinhos dela quando a mãe chegou. "Elas estão te atrapalhando?" Falei que não, que estava desenhando e elas estavam olhando. Quando olhei a moça, percebi que era ela e sua família que havia desenhado. Comentei com ela e mostrei o desenho. Ela sorriu e gostou. Ela voltou ao lugar que estava antes, e as crianças continuaram ali comigo - a terceira havia chegado quando a pequena caiu. Então resolvi parar de desenhar, e mostrei todos os desenhos que tinha no caderno. As três prestaram a maior atenção, perguntando quem era, onde tinha feito o desenho... Depois, elas saíram, voltaram para junto dos pais, eu guardei o caderno e voltei para casa.

Poema de Prateleira

Dois pacotes de arroz
Para recém-casados em festa
Uma caixa de lenços
Para enxugar a testa
100g de morangos
Para beleza da cesta
Um frasco de alvejante
Para pureza modesta
Três pacotes de açúcar
Para adoçar o que resta

sábado, 23 de outubro de 2010

Enquanto é só a mente que age, estou no comando. Agora, qdo o coração resolve meter o bedelho... PQP! estraga tudo!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Se o tremor é só meu,
Se o disparar do peito é só meu
Se a timidez de olhar é só minha
Se o querer é só meu
O que fazer?
Por mim, tudo isso seria seu também

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quando a razão se deixa sentir

Trabalho demais para pensar menos em mim. Sobre mim.
Os sentimentos assustam-se com o trabalho, e não tentam se mostrar.
O que aconteceria se eles surgissem? Não seria mais minha.
Seria essência, uma explosão descabida, que não caberia em mim.
Deixaria de ser só eu - seria EU toda.
Isso dá medo. Mas a alma tem seus truques para se mostrar. No berço da racionalidade, duas janelas do mundo escorrem-se molhadas.
A lágrima que escorre é o mais tímido dos sentimentos, e ao mesmo tempo a desbravadora do mundo. Ela dá a cara a tapa, arrisca-se para mostrar que o peito não é de pedra. A lágrima é o sinal da fragilidade, a brecha que a razão abre para os sentidos. Ela é o ditado: "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura".
É nela que o corpo se desfaz para se recompor. Re-compor a música, a dança, a escrita, a fala. Recriar os balanços, os laços, encantos, abraços. Retirar o cansaço, como bagaço de fruta.
Uma gota do peito que sai pelos olhos, para levar a tristeza para longe. Deixe-a escorrer, segurar choro não adianta. É necessário a gota para regar o jardim. Mas choro demais mata as flores.
Difícil dosar o tamanho da chuva que deve cair, e por quanto tempo ela deve durar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hoje as letras fugiram de mim.

domingo, 17 de outubro de 2010

Domingo no cinema

Trabalhei o fim de semana todo, num projeto de vitrine e também nas lições do curso de francês. Mas, consegui arranjar um tempinho para distrair um pouquinho. Pela manhã, fui até a floricultura, comprei dois vasinhos de flor lindos para colocar na mesa do escritório. Fui à pé, aproveitando o passeio, e na volta passei pela praça. Cheguei em casa e voltei às lições. Chegando em casa, perguntei à minha mãe se ela não gostaria de ir ao cinema, ela aceitou. Não gosto de ir ao cinema sozinha. A sessão era às 17h. Chegamos um pouco antes, e ficamos no hall esperando a hora de entrar.
Enquanto estávamos no hall, vi um rapaz com ar nervoso, cara de quem estava aguardando alguém. Visto que era uma comédia-romântica-água-com-açúcar, julguei que estivesse à espera de uma mocinha. Dito e feito. Pouco tempo depois, chega a mocinha, com o mesmo ar nervoso. Se cumprimentaram com beijo na bochecha, não deram às mãos, mas sorriam sem parar. Imaginei então se tratar de um primeiro encontro. Dava pra perceber aquele friozinho na barriga que ambos deviam estar sentindo. Olhavam-se bem nos olhos, e o sorriso não saía da feição de ambos.
A sala se abriu. Entramos todos, e o casal se sentou a algumas poltronas à frente da minha. Conversavam bem próximos, naquela distância do quase encostar, mas não trocavam carinhos. As luzes se apagaram e o filme começou. Fiquei entretida com o filme, claro, mas, por um momento lembrei do casalzinho, e resolvi espiar. Cabeças inclinadas uma em direção à outra. Voltei à película. O filme foi divertido, bem água-com-açúcar, mas bonitinho. Típico filme de menina, como diria um amigo.
Porém, o filme que presenciei desde o hall do cinema, não sei que fim teve. Será que a mocinha ficou com o mocinho? Acho que sim.

sábado, 16 de outubro de 2010

Passarinho

Teu canto, meu encanto,
De te saber sabiá.
Sábio passarinho,
Saiu do ninho.
Bem-te-vi,
Vi a flor e o beija-flor.
Flor em bem-me-quer,
Mal-me-quer,
Quem-me-quer?
Quer saber?
Sabiá sabia assobiar
Agora? Assobia mais não.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quero a reação de nossa ação.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Frio fora de época

Estamos praticamente no meio de outubro, plena primavera, e o tempo está maluco!
Um frio típico de julho, com vento característico de agosto.
Se continuar desse jeito, vai nevar no Natal!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Como são seus olhos?

Já vi a noite ir embora com a brisa, abrindo passagem para o despertar do sol, acompanhado pelo canto dos pássaros. A manhã chega com aquele espreguiçar de mais 5 minutinhos na cama, com os passos ainda lentos e vai se iluminando conforme meus olhos se abrem. O dia irradia alegria, leveza, vivacidade!
Já vi o dia se cansar de clarear, e apagar aos poucos, do amarelo para o vermelho, deitando o sol para a lua ser vista. Aos poucos, o céu alaranjado fica cinza azulado. As primeiras estrelas surgem, e de repente o céu se mostra num brilho espetacular! É emocionante olhar a imensidão que brilha para nosso deleite. Um brilho que conseguimos reproduzir em nossos olhos.
É esse brilho indescritível que busco nas pessoas. Os olhos, quando brilham, iluminam a pessoa como um todo. Ela sorri por inteiro, da cabeça aos pés.
Olhares me encantam. Alguns são transparentes como o dia, são fáceis de se ler. São claros, objetivos, mostram-se sem pudor. Outros, inquietam-me por muito tempo, pois carregam os mistérios da noite. Desvendam-se nas nuances das diferentes sombras sobrepostas.
O olhar diurno traz tranquilidade, um carinho suave, um sorriso no primeiro instante. Não é necessário insistir para compreendê-lo. O noturno, não - ele precisa da profundeza do outro para ser entendido. É necessário paciência para compreendê-lo.

Meu céu

Quando eu era criança tinha um céu particular. Podia chover lá fora, mas no meu quarto era sempre noite estrelada. Colado no teto, vários adesivos em forma de estrelas, luas e planetas que, ao apagar a luz, brilhavam!
Como eu dormia na cama de cima de um beliche, era muito bom ver o céu brilhar antes de fechar os olhos para dormir. Até porque eu sempre demorei muito para pegar no sono, e ver as estrelas ajudavam a me desligar do dia. Ficava um tempão olhando, e muitas vezes seu brilho acabava antes de o sono chegar. Imaginava mil histórias sob o luar do redoma.

Prioridade

Candidato:
- A educação será prioridade em meu governo! Outra prioridade será a saúde! É primordial cuidar da segurança!

Com tanta prioridade, qual é a prioritária? Acho que eles ficam tão na dúvida de qual é mais importante, que resolvem não fazer coisa alguma, para não tirar a prioridade de nenhuma prioridade.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Comer, Rezar, Amar - o filme

Há algum tempo escrevi aqui no blog sobre o livro que deu origem ao filme que vi hoje. Adorei! A adaptação para a telona ficou muito boa!!!! Julia Roberts ficou perfeita como Liz, consegui reviver toda a emoção que tive ao ler o livro!

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleição

Dia de eleição. No caminho, as ruas emporcalhadas, de tantos santinhos jogados no chão. Ao chegar, uma sensação de angústia. Apertar os botões e escutar o barulhinho de confirmação não me traz orgulho. Cumpri a obrigação do voto, na esperança de que haja um segundo turno para presidente e que Tiririca e companhia não ganhem.