sábado, 29 de agosto de 2009

Giverny


Na terra do pintor impressionista a paisagem impressiona.
Os salgueiros-chorões, as ninfeias e todo o jardim, que antes via apenas nas telas de Monet, estavam diante de mim.
A ponte sobre o riacho, as flores em arranjos naturais maravilhosos, evidenciando o que é de fato a natureza em sua essência.
Vendo todas as cores, todas as texturas, pude entender suas pinturas. Como não querer pintar paisagens tão lindas que estão em seu próprio quintal?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sina

Faz alguns dias que estou com essa música na cabeça. Então, vamos lá... um pouco de Djavan para vocês também.

Pai e mãe, ouro de mina
Coração, desejo e sina
Tudo mais, pura rotina, jazz
Tocarei seu nome pra poder falar de amor

Minha princesa, art-nouveau
Da natureza, tudo o mais
Pura beleza, jazz

A luz de um grande prazer é irremediável neon
Quando o grito do prazer açoitar o ar, reveillon

O luar, estrela do mar
O sol e o dom, quiçá, um dia a fúria
Desse front virá lapidar
O sonho até gerar o som
Como querer caetanear o que há de bom

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Proposta (The Proposal)

E eis que quarta passada fui com os olhos de jabuticaba ao cinema.
Fomos assistir a uma comédia romântica, chamada "A Proposta", com a Sandra Bullock.
O filme conta sobre uma canadense que só vive para o trabalho, numa editora americana. E por não ter tempo para mais nada além do trabalho, ela se esquece de preencher uma papelada da imigração, correndo o risco de ser deportada. A menos, é claro, que se case! E é isso que ela anuncia para seus diretores, assim que seu assistente entra na sala para lhe dar um recado. Que eles irão se casar, e que viajarão no fim de semana para casa da família dele, para o aniversário de 90 anos da avó e aproveitarão para contar sobre o casamento.
Chegando ao Alaska (sim, a família dele mora lá, onde nem Judas quis perder as botas), e a confusão está armada!
Um filme muito engraçado, garantia de ótimas risadas! Melhor ainda se estiver em boa companhia!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Em Como

Durante nossa estadia em Milão combinei com um amigo de irmos a Como, uma cidade à beira de um lago, bem pertinho da capital da moda e do design.
A cidade é uma graça! Paisagens maravilhosas, ruas movimentadas por turistas e casas com flores nas janelas. E jardins! Muitos jardins!!!
Claro que também muita água! Um azul vivo, transmitindo uma paz inacreditável. Lago com direito a patinhos coloridos e tudo!
No pier, muitos cadeados. A história é a de que os namorados colocam os cadeados na grade do pier, para mostrarem seu amor eterno. Havia cadeados novos, e alguns que já estavam muito corroídos pelo tempo. O que me fez pensar quantos desses amores ainda estão vivos, quantos já mudaram, floresceram, ou se acabaram.
Um fato meio chato também aconteceu durante o passeio. Estávamos na praça da igreja, olhando as coisas em volta, e como uma boa turista, eu estava batendo fotos. Estava paradinha, olhando para cima, quando ouvi minha tia e meu amigo me chamarem. Olhei para baixo, e vi um cadeirante. Ele olhou feio pra mim, e passou por cima do meu pé. Na hora eu fiquei boba! Que falta de educação! Está certo que ele tem uma dificuldade de locomoção, mas eu estava parada, e ele estava andando. Custava ele desviar de mim? Afinal, a calçada é de todos, e não há exclusividade para esse ou aquele. E também ele estava me vendo, mas eu não.
Óbvio que isso não estragou nosso passeio. Continuamos nossas voltas pela cidade, aproveitando o dia lindo!

domingo, 16 de agosto de 2009

Rendas e Bordados

Durante a viagem, o que mais visitei foram igrejas. De todos os tipos - simples, suntuosas, cobertas de mármores, ouro, pinturas, tapeçarias, mosaicos. Com características ecléticas, medievais, góticas, renascentistas, bizantinas. Em todas elas, a primeira coisa que fazia ao entrar era olhar o piso e o teto. Não havia uma que não tivesse um piso trabalhado, seja em mármore ou mosaicos, e tetos pintados, verdadeiras obras de arte!
Mas duas igrejas, em especial, chamaram minha atenção. Ambas são góticas, mas são muito diferentes.
A primeira, é o Duomo de Milão. Parece uma renda feita de pedra, com suas pontas tentando alcançar o céu. Toda branca por fora, linda, com estátuas e enfeites compondo suas fachadas.
A segunda é a Notre Dame de Paris. Essa parece um bordado. Seus vitrais e suas torres, suas portas entalhadas, as gárgulas, compondo fachadas marcantes e fascinantes. Foi uma emoção olhar para ela pela primeira vez.
Em rendas e bordados, a paz transmitida é imensa e inexplicável. Uma beleza além da beleza, além das fachadas, dos vitrais exuberantes, além da imensidão de seus interiores, de seus altares, de suas imagens. Uma beleza nos mínimos detalhes e nos mais puros sentimentos. Uma beleza além de qualquer devoção, de qualquer crença.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mordomo de banheiro

- Alfredo!!
Não, não é propaganda de papel higiênico. Eu estive em um banheiro com mordomo!
Calma, calma, eu explico!
No primeiro dia que fomos ao Louvre, fomos para escapar da chuva. Já era tarde para visitar o museu, então ficamos na parte das lojas, no subsolo. Como fazia tempo que não íamos ao banheiro, fomos à caça de um. Ao encontrar, vimos que precisaríamos pagar. Até aí, tudo bem, porque a maioria dos sanitários públicos a gente paga para usar. E aquele não era dos mais caros. Mas não era apenas um banheiro - era também uma loja de artigos de higiene. Eles vendiam papel higiênico estampado (não me perguntem para que), sais de banho, essências para perfumar ambientes, e etc.
Continuando a história - pagamos na recepção, e nos dirigimos à ala direita, que era o sanitário feminino (o da esquerda era masculino, obviamente). Ao passar pelo lavatório e ir em direção às cabines, vejo três rapazes uniformizados. Sim! Isso mesmo! Fiquei meio intrigada por alguns segundos, mas logo tudo se esclareceu. Um dos rapazes sorriu, falou boa tarde, limpou a maçaneta e abriu a porta da cabine para eu entrar! Só faltou a bandeja com o rolo de papel higiênico! Ao sair (eu mesma abri a porta, que fique bem claro), lavei minhas mãos, retoquei o batom, e vi os rapazes ali, sorridentes, abrindo a porta para senhoras e moças, usarem o tão nobre trono.
Foi bizarro! E eu só pensava: "o que você faz da vida?" e a resposta: "sou mordomo de banheiro"...

domingo, 9 de agosto de 2009

Torre Eiffell


Teias de ferro confeccionadas por mãos humanas na tentativa de alcançar os céus.
E o que era provisório tornou-se eterno.
A renda metálica na cidade-luz
.

Miséria Globalizada

"Sono povera con due bambini, senza casa e lavoro. Aiutate la mia famiglia con un poco di soldi per amor di Dio. Grazia. Dio vi protegga."
Este bilhete escrito acima foi entregue por uma moça em um vagão do trem, no caminho para Florença. A miséria não diz mais respeito apenas ao terceiro mundo, aos países ditos "sub-desenvolvidos" ou "em desenvolvimento". Ela se globalizou, assim como a informação e o comércio.
Em todas as cidades pelas quais passei vi pedintes. Na Itália, o que mais víamos eram velhinhas ajoelhadas no chão, com as mãos juntas em posição de reza, cabeça baixa e uma canequinha para colocar as moedas. Na França, os pedintes estavam sempre com um cachorro, pedindo dinheiro para ajudar a alimentá-lo. Aqui no Brasil são as crianças que normalmente pedem dinheiro. Creio que cada povo tem sua arma, para tentar comover a sociedade que está cada vez mais insensível.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Filas

Estrada, marginal, buzinas.
Check in, alfândega, cansaço.
Para olhar o sagrado, pagamos os pecados (e o dízimo).
Apreciação da arte após a serpentina de gente.
E a viagem segue,
Com as maravilhas e encantos.
Com turistas de todos os cantos,
E filas para todos os lados.