Faz umas duas semanas, Ton e eu fomos ver um filme iraniano, chamado "A Separação".
A primeira cena mostra marido e mulher na sala do juiz, argumentando sobre o porque da separação. Ela quer ir para fora do país, mas o marido não quer, porque não pode deixar o pai, que sofre de Alzheimer, sozinho. O marido então concede a separação, apesar de os dois se gostarem muito. A filha do casal resolve morar com o pai, na tentativa de reunir os dois. Mesmo assim, a mulher sai de casa.
Com a saída dela, o marido se vê obrigado a contratar uma pessoa que ajude a cuidar do pai enquanto ele trabalha. Ele contrata então uma moça que tem uma filha de uns 5 anos.
A cada dia a moça se depara com uma dificuldade ao cuidar do senhor. Num descuido, ele foge de casa, e ela corre atrás dele, numa rua muito movimentada. No dia seguinte, ela vai trabalhar com um grande mal-estar, com dores e tonturas. Passa mal, e deixa o senhor sozinho na cama, amarrado com um lenço.
O homem e a filha chegam e, ao entrarem em casa, não encontram nem a moça, nem a menina, e encontram o pai caído ao lado da cama, desacordado. Logo depois, a moça chega, e o homem fica muito bravo com a moça, e a expulsa.
No dia seguinte, ele fica sabendo, através da ex-mulher, que a moça perdeu o bebê. Aí começa a grande confusão do filme. A moça e o marido dela acusam o homem de a ter jogado pela porta, fazendo-a cair escada abaixo, causando o aborto. O homem fala que não a jogou, e acusa a moça de ter abandonado seu pai amarrado à cama.
A confusão vai aumentando, tomando proporções cada vez maiores, gerando um distanciamento do casal, e a filha fica cada vez mais angustiada, sem saber se acredita ou não no pai.
Um filme denso, que faz pensar na relação humana nas suas várias dimensões, e mostra o poder das palavras, e como um mal-entendido pode gerar tantos conflitos.
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