O filme me fez pensar em uma coisa... há uma parte em que dizem que o sexo pós-briga é muito bom, mas só sabe disso quem já experimentou. Sabe... nunca tive sexo pós-briga, pois meus relacionamentos não tiveram briga enquanto duraram. Talvez essa seja a razão de não terem durado. Não estou falando que a relação deve ser um pé de guerra. Mas creio que uma briga de vez em quando serve para o casal crescer... serve para entender o que se passa com o outro, e para dar a chance de se entender enquanto casal.
É estranho isso... as pessoas se dão ao direito de brigar com os pais, irmãos, amigos, mas quando a briga é com o outro da relação, há um receio... talvez um medo de perder, de ser abandonado. E não brigam. Acabam acumulando mágoas e irritações, que por menores que sejam , existem. Até que chega uma hora que as mágoas e irritações se acumulam de um tanto... e então o medo de perder desaparece, pois o incômodo é maior que o sentimento. Nessa hora o relacionamento acaba... Talvez pela falta de briga, medo de enfrentar o medo. Medo da exposição de si mesmo, na verdade crua de quem fica irritado, bravo, nervoso. Medo do outro não gostar de você ao mostrar seus defeitos escancaradamente. Quando na verdade o outro já sabe dos seus defeitos.
Afinal, como já disse (ou devo ter dito, não lembro) em outro post, o real gostar se percebe nos detalhes. Gostar de uma pessoa nos dias alegres, na simpatia, nas declarações, na bebida com os amigos é fácil. Agora, gostar da pessoa também nos momentos ruins, nos defeitos, é gostar realmente. É saber que haverá dias de tristeza, de irritações, palavras erradas, e mesmo assim a vontade de estar com essa pessoa não passa.
Gostar de verdade é preferir brigar com a pessoa e poder fazer as pazes com ela depois, do que não brigar e terminar. O não brigar é carregar um peso desnecessário sozinho. O brigar pode significar dividir esse peso, a fim de achar uma solução para exterminá-lo.
Não quero afirmar que uma briga é a solução de uma relação, afinal o ideal é que as pessoas se entendam no diálogo, sem brigas. E também porque briga demais gera apenas desgaste. Mas sua ausência total pode barrar uma evolução do casal; a chance de se conhecerem em momentos de tensão e de fazer com que eles se respeitem e se gostem em qualquer situação (não apenas nas trocas de carícias e declarações).
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