Como disse no post anterior, hoje fui ao cinema com meus pais. Chegamos, compramos os ingressos e entramos na sala. Penúltima fileira, pois gosto de sentar no fundo. O cinema vai enchendo, e as luzes se apagam. Para mim, é aí que começa o filme - quando as luzes se apagam. Mas, tolero uma conversinha durante o trailler. Duas pessoas atrás de mim estavam conversando e fazendo barulho com papel de bala - ok, pensei comigo, daqui a pouco elas param. Pois bem, trailler acabado, filme começa. Hora de todos ficarem em silêncio, certo? Teoricamente, sim. Mas, as duas não pararam. Eu achei que fossem duas meninas de uns 13 anos, pelo barulho e pelas conversas, mas não - eram duas mulheres por volta de 50 anos. Fiz: "ssssssshhhhhhhhhh". Nada, o ti-ti-ti continuava. Passado um tempo, Novamente: "ssssshhhhhhhh", sem resultado. Mais um tempo, e as matracas não se calavam. Então, virei para trás, e falei: "vocês poderiam ficar quietas?", ao que me veio a resposta: "tem mais lugar lá na frente.". Não deixei por menos: "se queriam conversar, por que vieram ao cinema?", e elas: "vai sentar em outro lugar". Aquilo me subiu nos nervos. Levantei em um repente, e fui falar com a mocinha do cinema: "moça, tem duas senhoras sentadas atrás de mim que não param de falar. Será que você poderia ao menos dar uma advertência?". A mocinha, muito solícita, veio atrás de mim, e deve ter feito a única coisa que poderia fazer - sinal de silêncio para as duas mal-educadas. Sentei tão irritada, que estava até com calor! Não deu cinco minutos, e as duas começaram de novo. E ainda tive que escutar: "ainda bem que o filme é legendado", como querendo dizer que não havia importância se ele não fosse escutado. Movida pela minha irritação, falei: "and you, for sure, don't know english!" e pensei comigo: "vous ne conaissez pas français, non plus". Durante o filme todo uma delas fez barulho com um papel, e ambas continuaram a conversar, como se estivessem no sofá de casa.
Sei que entrei, de certa forma, na provocação delas. Mas, até onde eu sei, cinema é lugar de ver filme. Mesmo quando estou namorando, e a atenção foge um pouco das telas para abraçar a boca do namorado, ainda assim, a atração principal é o filme. Abrir a boca, só se for para comer pipoca e tomar refrigerante, mas nunca para conversas de comadres!
Esse fato me fez lembrar de uma crônica de Martha Medeiros que li essa semana, chamada "Os ricos pobres". Na crônica ela fala de uma declaração do publicitário Washington Olivetto, onde ele fala do conceito de grupos de pessoas: os "ricos-ricos"(que tem dinheiro e cultura), os "pobres-ricos"(que não tem dinheiro, mas tem cultura e dão seus pulos para obtê-la) e os "ricos-pobres"(tem dinheiro, mas não tem cultura). Ela ainda fala de um quarto grupo, que ele não citou, que seriam os "pobres-pobres"(sem dinheiro e sem cultura). Para exemplificar o conceito de rico-pobre, ela cita algo que ela presenciou - um cara, dentro de um audi do ano abriu o vidro do carro e jogou uma embalagem de cigarro vazia. E diz: "os ricos-pobres não tem verniz, não tem sensibilidade, não tem alcance para ir além do óbvio. Só tem dinheiro."
Seguindo sua linha de raciocínio, vou um pouco além - os ricos-pobres (muitas vezes nem tão ricos assim, mas com dinheiro o suficiente para ir ao cinema de vez em quando, ou comer em um restaurante, ou viajar nas férias), além de não terem cultura, não tem educação. Acham que o mundo gira em torno de seus ínfimos umbigos, e nada mais importa. Pobres, muito pobres essas pessoas. O filme, apesar de não ter aproveitado em sua totalidade por causa desses dois seres, eu ainda posso vê-lo depois. Mas, e quanto a elas - depois de 50 anos, ainda terão condições de aprender o que é educação?
Sei que entrei, de certa forma, na provocação delas. Mas, até onde eu sei, cinema é lugar de ver filme. Mesmo quando estou namorando, e a atenção foge um pouco das telas para abraçar a boca do namorado, ainda assim, a atração principal é o filme. Abrir a boca, só se for para comer pipoca e tomar refrigerante, mas nunca para conversas de comadres!
Esse fato me fez lembrar de uma crônica de Martha Medeiros que li essa semana, chamada "Os ricos pobres". Na crônica ela fala de uma declaração do publicitário Washington Olivetto, onde ele fala do conceito de grupos de pessoas: os "ricos-ricos"(que tem dinheiro e cultura), os "pobres-ricos"(que não tem dinheiro, mas tem cultura e dão seus pulos para obtê-la) e os "ricos-pobres"(tem dinheiro, mas não tem cultura). Ela ainda fala de um quarto grupo, que ele não citou, que seriam os "pobres-pobres"(sem dinheiro e sem cultura). Para exemplificar o conceito de rico-pobre, ela cita algo que ela presenciou - um cara, dentro de um audi do ano abriu o vidro do carro e jogou uma embalagem de cigarro vazia. E diz: "os ricos-pobres não tem verniz, não tem sensibilidade, não tem alcance para ir além do óbvio. Só tem dinheiro."
Seguindo sua linha de raciocínio, vou um pouco além - os ricos-pobres (muitas vezes nem tão ricos assim, mas com dinheiro o suficiente para ir ao cinema de vez em quando, ou comer em um restaurante, ou viajar nas férias), além de não terem cultura, não tem educação. Acham que o mundo gira em torno de seus ínfimos umbigos, e nada mais importa. Pobres, muito pobres essas pessoas. O filme, apesar de não ter aproveitado em sua totalidade por causa desses dois seres, eu ainda posso vê-lo depois. Mas, e quanto a elas - depois de 50 anos, ainda terão condições de aprender o que é educação?
3 comentários:
saiu hoje na folha, lembrei de você:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/879282-homem-e-morto-apos-fazer-barulho-ao-comer-pipoca-em-cinema.shtml
da próxima vez, já sabe.
hahaahahahahha!
Não chegarei a esse ponto.
Mas que deveriam ter retirado as duas da sala, isso deveriam!
É complicado! Essas situações estão cada vez mais rotineiras, não há limite para lugar, sexo ou idade. É uma questão de educação e respeito, na verdade, da falta deles! Com a liberdade de expressão, seja na tv ou na internet, de você poder falar e se expressar como quiser, as pessoas perderam a noção de respeito com as outras, não sabem mais qual o limite das relações sociais, não sabem de portar em público, e também não se importam mais com isso. São muitos os casos de nonsense: ouvir música dentro do ônibus pra mostrar que seu celular tem mp3 (por favor, faça bom uso dos fones de ouvido, eu não quero compartilhar do seu sertanojo!), sair com o carro estourando o som nas caixas pra parecer bonito (e isso vai pros garotos que acham que vão conquistar alguém assim!), colocar aqueles faróis de xenon que cegam qualquer um, ficar batendo papo na biblioteca, parar pra conversar no meio da calçada das casas Bahia no sábado de manhã (quando todo mundo quer passar), não pedir licença e querer passar por cima de você (tudo bem se estiver com pressa, mas FALE, você tem boca, não precisa me levar junto!), filas existem assim como a sua vez (espere por ela! Todo mundo tb tem o que fazer!), e quando o garçom taca o prato na sua frente (ai não tem volta, eu não volto mesmo no lugar)... O diálogo muitas vezes resolve problemas, respeito é imprescindível, há com certeza a ignorância daquele que desconhece o bom senso, os bons costumes, mas quem é mal-educado não aprende de um dia pra outro, e é digno de pena.
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