Ontem escrevi: "Num mundo onde o sexo é banalizado, luxúria é sair nas ruas de mãos dadas."
Esse pensamento veio ao ler uma das crônicas do livro: Doidas e Santas, de Martha Medeiros. Aliás, antes de explicar a frase, preciso falar algo sobre essa autora. Eu simplesmente estou ADORANDO ler seus textos!! Há umas duas semanas li "Divã" - já tinha visto o filme, que é muito bom, mas o livro é melhor - sempre é, né? E esse outro livro que estou lendo é muito cativante. Cada frase que eu leio é como se fosse meu pensamento traduzido!
Bem, voltando à crônica que deu origem à frase - "Mãos dadas no Cinema". Nela, Martha fala sobre o dia dos namorados. O que mais me chamou a atenção no texto foi esse trecho: "Do que sentem falta os amantes clandestinos? Luxúria eles tem de sobra. O que lhes falta é esta forma brejeira de intimidade: dar-se as mãos. Na rua é arriscado, há olhos por todos os lados, já no cinema é possível providenciar um encontro às escuras e ali realizar a mais tórrida aproximação de corpos, um ato realmente subversivo para adúlteros: unir as mãos como dois namorados."
Esse pequeno parágrafo me fez pensar na maneira como nos relacionamos hoje. É raro acontecer a paquera inocente, a troca de olhares envergonhadamente assanhados, uma conversa no portão. Normalmente a paquera é um jogo, onde um olhar é o dardo e o outro, o alvo. Ficar com alguém sem testemunhas e sem dia seguinte é mais fácil do que conquistar e ser conquistado.
Imagine uma chaleira com água fervendo. Ficar por ficar é a tensão supercificial - tem sua graça, mas não dura muito. Logo as bolhas fervem e viram vapor. A ficada é essa volatilidade. Já o namoro é todo o resto da água que fica na chaleira, esquentando lentamente ao fogo.
Repito: num mundo onde o sexo é banalizado, luxúria é sair nas ruas de mãos dadas. O entrelaço de pernas é trivial, o abraço dos dedos é luxo.
Namorar, hoje em dia, é um privilégio de poucos.
Esse pensamento veio ao ler uma das crônicas do livro: Doidas e Santas, de Martha Medeiros. Aliás, antes de explicar a frase, preciso falar algo sobre essa autora. Eu simplesmente estou ADORANDO ler seus textos!! Há umas duas semanas li "Divã" - já tinha visto o filme, que é muito bom, mas o livro é melhor - sempre é, né? E esse outro livro que estou lendo é muito cativante. Cada frase que eu leio é como se fosse meu pensamento traduzido!
Bem, voltando à crônica que deu origem à frase - "Mãos dadas no Cinema". Nela, Martha fala sobre o dia dos namorados. O que mais me chamou a atenção no texto foi esse trecho: "Do que sentem falta os amantes clandestinos? Luxúria eles tem de sobra. O que lhes falta é esta forma brejeira de intimidade: dar-se as mãos. Na rua é arriscado, há olhos por todos os lados, já no cinema é possível providenciar um encontro às escuras e ali realizar a mais tórrida aproximação de corpos, um ato realmente subversivo para adúlteros: unir as mãos como dois namorados."
Esse pequeno parágrafo me fez pensar na maneira como nos relacionamos hoje. É raro acontecer a paquera inocente, a troca de olhares envergonhadamente assanhados, uma conversa no portão. Normalmente a paquera é um jogo, onde um olhar é o dardo e o outro, o alvo. Ficar com alguém sem testemunhas e sem dia seguinte é mais fácil do que conquistar e ser conquistado.
Imagine uma chaleira com água fervendo. Ficar por ficar é a tensão supercificial - tem sua graça, mas não dura muito. Logo as bolhas fervem e viram vapor. A ficada é essa volatilidade. Já o namoro é todo o resto da água que fica na chaleira, esquentando lentamente ao fogo.
Repito: num mundo onde o sexo é banalizado, luxúria é sair nas ruas de mãos dadas. O entrelaço de pernas é trivial, o abraço dos dedos é luxo.
Namorar, hoje em dia, é um privilégio de poucos.
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